QUEM QUER PAZ PREPARA-SE PARA A GUERRA

Para pessoas como eu, que são adeptas da paz e amantes da justiça, infelizmente já não é possível imaginar a paz neste mundo em plena turbulência, perante um regime que persiste na violência do Estado, no confisco da justiça.

Por Osvaldo Franque Buela

Tenho especialmente a impressão de que a chegada de Donald Trump à Casa Branca deu luz verde ao uso da força para anexar outros países, como gostaria de fazer com o Panamá e a Gronelândia, o que é quase visto como uma dádiva de Deus pelo o ruandês Paul Kagame, que materializa agora a sua intenção, desde a ocupação de Goma, de dividir a RDC à força e recuperar toda a parte oriental do Congo, para depois organizar um referendo que poderá anexar o Kivu -Sul e o Norte Kivu com o Ruanda.

Neste mesmo sentido e neste brutal ímpeto ocupacional que o Presidente Trump já não esconde, é difícil ao povo cabindês, anexado à força por Angola há 50 anos, fazer-se ouvir pela comunidade internacional, tanto mais que a mediador incompetente do conflito Congo-Ruanda vai presidir destinos da União Africana a partir deste mês.

O presidente João Lourenço, tal como o criminoso Paulo Kagame, só entende a linguagem da força, os seus perfis políticos são, em alguns aspectos, semelhantes aos de Vladimir Putin e Donald Trump, que estão entre os presidentes que se manifestam em determinados momentos e pelos seus interesses, nenhum respeito pelo direito internacional.

Dito isto, e neste contexto, eu poderia dizer que a bola cabe aos ditos movimentos cabindenses que lutam pela sua independência para estarem à altura das suas responsabilidades, tal como eu poderia dizer ao Presidente Félix Tshisekedi de estar à altura das suas responsabilidades, ou seja, deixar de se fazer de vítima perante Kagame e neste caso, assumir a responsabilidade perante a história e declarar guerra ao Ruanda.

Os chamados movimentos cabindenses que hoje lutam pela sua independência não têm meios nem aliados para libertar Cabinda, mas para a RDC, Tshisekedi é capaz de o fazer para o Congo, deve ser capaz de organizar forças militares, civis e financeiras. defender a integridade territorial da RDC, mas também desenvolver um plano político eficaz com os opositores ruandeses, que terá como objectivo pôr fim ao regime de Paul Kagame para eliminar definitivamente a ameaça.

Infelizmente para a nossa rica sub-região, invejada pelo mundo pela sua riqueza, o povo cabindês, assim como o Presidente Félix, devem compreender de uma vez por todas que a actual geopolítica mundial é favorável a líderes viris e agressivos, deixar de acreditar nesta comunidade internacional divisiva que se dedica a uma diplomacia coxo e desonesta, de não confiar naqueles que estão a jogar ao lado do Ruanda e que o condenam pela boca, fazendo-o acreditar que será capaz de reconquistar a cidade de Goma e a territórios perdidos.

Como cidadão de um território ocupado pela força durante 50 anos, gostaria de dizer às autoridades congolesas que é tempo de deixar a diplomacia de lado e concentrar-se no equilíbrio de força porque a força é mais eficaz do que a diplomacia; num mundo onde populistas como Donald Trump, Vladimir Putin e Xi Jiping estão no poder, se não for militarmente forte, será vassalado, dividido ou mesmo balcanizado ou mesmo anexado, como é o caso de Cabinda neste momento.

Acontecimentos recentes demonstraram que, no contexto actual, o uso da força é mais eficaz do que a diplomacia; num mundo onde populistas como Donald Trump, Vladimir Putin e Xi Jiping estão no poder, se não for militarmente forte, será vassalado, dividido ou mesmo balcanizado ou mesmo anexado, como é o caso de Cabinda neste momento.

De facto, o Presidente Tshisekedi deve tomar medidas fortes para retomar o controlo do seu país. Deve pedir aos países vizinhos que esclareçam a sua posição com o Ruanda, caso contrário serão considerados co-beligerantes, e o exército congolês terá o direito de ir atacar os soldados ruandeses que supostamente estão nesses países, tal como fez Putin ao atacar a Ucrânia sob o pretexto de prevenir um alegado ataque das forças da NATO contra a Rússia.

África é como uma pistola cujo gatilho está na RDC. Se as potências ocidentais continuarem a apoiar o Ruanda na sua guerra para desestabilizar a RDC, o Presidente Tshisekedi terá de pensar em como criar um desastre humanitário que poderá ser da responsabilidade dos ocidentais, como já acontece com milhares de mortos de congoleses, com um balanço mais pesado do que o das duas guerras mundiais.

Gostaria de realçar aqui que os países da SADC e da CEEAC já têm a responsabilidade, se não uma grande presunção de culpa, de testemunhar esta violação do Ruanda na RDC, sem dizer uma palavra.

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